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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Vale a pena ver pela primeira vez... vale a pena ver de novo
Olá novos visitantes, alunos de 2014. Estamos estudando a Revolução Francesa na segunda série do ensino médio. É válido dar uma olhada, assistir este documentário já antigo, mas ainda assim, muito bom.
Aproveitem bem. Bons estudos
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Aprofundando as conversas sobre economia
Como eu havia prometido, segua uma lista de cinco vídeos do professor João Sayad, da USP, de uma introdução de um curso, de uma disciplina sobre moeda e o sistema bancário. As aulas sobre a evolução dos paradigmas do pensamento econômico que tivemos, saindo dos liberais clássicos até John Keynes foram ótimas e gostei da disposição de vocês de se aprofundarem no tema, pensando também o perfil do liberalismo contemporâneo, da social democracia e dos limites de ação política para esquerda, seu distanciamento da ortodoxia marxista. Espero que ajude a compreender um pouco mais sobre o universo da economia, dos bancos centrais e da formação das moedas.
Abraços
Prof. André
domingo, 15 de setembro de 2013
O Encouraçado Potemkin
Para todos que se interessaram em conhecer o filme após as aulas de Revolução Russa, ai vai o link:
http://www.youtube.com/watch?v=3i9FkLOac9s
A trilha sonora é maravilhosa. Divirtam-se.
http://www.youtube.com/watch?v=3i9FkLOac9s
A trilha sonora é maravilhosa. Divirtam-se.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Pensando sobre tudo o que ocorre
Estamos
vendo verdadeiras aulas de história. Nunca aprendi tanto como funciona o mecanismo
político que permite ascensão de extremas direitas como vi hoje. Foi uma aula
de ascensão totalitária. Vi cartazes dizendo coisas como "prisão rural aos
criminosos para que trabalhem para nós, e não nós para eles". Tal tipo de
argumentação foi exatamente a mesma utilizada por Hitler na Alemanha conta
ciganos, eslavos e manifestantes políticos mais pobres.
Eu
entendo e apoio a reivindicação das pessoas de não permitirem que os partidos
políticos se apropriem de suas pautas, por que de fato, os partidos políticos
foram ineficientes na hora de resolver os problemas que confiamos a eles. E são
todos os partidos. Mas, ao invés de pensarmos em propor a não participação dos
partidos, está sim, mais do que na hora, dos partidos virem aos protestos e
ouvirem o que nós reivindicamos. Se eles não conseguem mais nos representar, há
duas razões:
2) Nós, na descrença da capacidade destes partidos de nos representarem,
abandonamos o interesse em participar dos mesmos, deixando-os nas mãos daqueles
que buscam usar o Estado para se apropriar do fruto dos nossos trabalhos,
nossos impostos.
Enfim, convidemos os partidos para nos ouvirem. Exijamos que
eles mudem suas anacrônicas diretrizes. E não permitamos que tais partidos para
se defenderem, fiquem acusando seus rivais políticos, por que afinal de contas,
todos falharam. Exijamos que eles se modifiquem e participemos democraticamente
daqueles que melhor representam nossos ideais e reivindicações.
domingo, 16 de junho de 2013
Sobre idiotices e idiotas
Este
texto é para você, que é idiota e acredita que não o é. Ao final dele, você
pode descobrir se é um idiota ou não.
Em
meio a tantas manifestações que ocorrem neste país, sobre legalização ou não de
entorpecentes, questões de gênero, questões agrárias, questões de sexualidade,
religiosidade, enfim, há sempre aqueles que do alto de sua soberba e arrogância,
arrotam frases como:
Aposto que é coisa do PT
É coisa de tucano
MST é ligado ao terrorismo comunista
Médico cubano quer vir fazer revolução socialista
Estes falcatruas do DEM
Talvez,
você que domina os conhecimentos do mundo da política ainda não percebeu que
pessoas simples se expressam a partir de experiências em comum. Elas não
precisam de intelectuais políticos de vanguarda para sentirem a inflação, para
sentirem o descaso do serviço público, para sentirem o quanto o Poder Público
advoga a favor do poder econômico que banca as campanhas políticas.
No
topo de sua arrogância intelectual, você esquece que também é humano. Você se
esquece de se colocar no lugar do outro. Você paga sua UNIMED, sua AMIL para
não ter que conviver com o pobre que você considera menor, pior que você. Você,
classe média, paga escola para seu filho para acreditar que ele está longe do
favelado que vende droga na porta da escola pública e acredita que todos seus
problemas estarão resolvidos assim. Perceba uma coisa: sua intranquilidade
momentânea advém do fato de que percebeu que sua segurança é fictícia e estás
também ameaçado, tanto quanto aquele menos favorecido que você, seus pais, seus
avós, já foram um dia.
Perceba
o quão ridículo é você afirmando que tais movimentos sociais perdem a legitimidade
quando surgem em meio a eles pessoas ligadas a agremiações sindicais e partidos
políticos. Por acaso, associar-se tira a legitimidade da dor que uma pessoa
simples sente quando não vê o poder público agindo para garantir um mínimo de
qualidade de vida para ela? Por acaso, apenas a elite dirigente pode formar
associações, federações de comércio e indústria? Por acaso, a cidadania é
restrita apenas a estes indivíduos?
Ainda
que eu parta do princípio que você, inimigo das manifestações sindicais,
ideológicas, partidárias e afins, esteja correto – e não, VOCÊ NÃO ESTÁ, há em
meio ao que ocorre hoje nas cidades brasileiras uma vontade do povo de
sentir-se ativo na história. Fala-se de que a copa, o progresso econômico é
para todos, mas nós, que somos a maior parte deste todo chamado povo
brasileiro, não estamos vendo isso nitidamente na nossa qualidade de vida. E eu
não preciso estar pintado de vermelho ou azul com amarelo, não preciso ser
tucano, democrata, petista, verde ou socialista, para perceber que cada
reivindicação social vem de uma dor que clama por cura. E se você leu o texto
até aqui e acha que seu autor tem posição político partidária, sim, você está
correto. Eu tenho. Se você acha que é neutro é por isso é melhor, você acabou
de descobrir se é ou não aquilo que eu coloquei como questão no início do
texto. Passar bem.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Curiosa entrevista
"devemos aproveitar este momento e não se prender ao passado"
Curioso pensar que se quiser podemos pesquisar para lembrar, para depois, se quisermos, perdoar e esquecer. Lembrar e perdoar. Nunca vi isso como um possível sentido da história. Há de se levar em conta o aspecto ideológico do veículo de comunicação que divulga tal entrevista, mas isso não tira o valor legítimo que tem a opinião do entrevistado.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1293767-em-entrevista-inedita-jacob-gorender-diz-ser-contra-punicao-a-torturador-e-lei-da-anistia.shtml
Curioso pensar que se quiser podemos pesquisar para lembrar, para depois, se quisermos, perdoar e esquecer. Lembrar e perdoar. Nunca vi isso como um possível sentido da história. Há de se levar em conta o aspecto ideológico do veículo de comunicação que divulga tal entrevista, mas isso não tira o valor legítimo que tem a opinião do entrevistado.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1293767-em-entrevista-inedita-jacob-gorender-diz-ser-contra-punicao-a-torturador-e-lei-da-anistia.shtml
O historiador e militante comunista Jacob Gorender afirmou, em entrevista no ano passado, ser contra a revisão da Lei da Anistia e contra a punição a agentes que praticaram tortura durante a ditadura militar (1964-1985).
"Não deve haver mais punição, já passou, mesmo para os torturadores. Mas [é preciso] expor os fatos com os nomes. Quem foi torturador deve ter o nome exposto", disse Gorender.
Protagonista de uma das trajetórias mais singulares da história recente, o intelectual autodidata, dirigente comunista, preso político e veterano da 2ª Guerra Mundial Jacob Gorender morreu ontem aos 90 anos, em São Paulo.
Apesar de a saúde já debilitada e da aparência frágil, Gorender conversou com a Folhaem sua casa, no bairro da Pompéia, zona oeste de São Paulo. Leia abaixo trechos da entrevista.
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
![]() | ||
O historiador Jacob Gorender em sua casa, no bairro da Pompéia, em São Paulo; ele morreu nesta terça (11), na capital paulista |
Folha - Como o sr. vê a criação da Comissão da Verdade pela presidente Dilma?
Jacob Gorender - Acho que essas comissões da verdade estão aparecendo em vários países: Argentina, Chile e Venezuela. Em vários deles, há uma catarse. A sociedade está se purificando ao expor a verdade do que aconteceu, então é isso que deve ser feito. Outras pessoas poderiam participar, mas tudo bem.
Jacob Gorender - Acho que essas comissões da verdade estão aparecendo em vários países: Argentina, Chile e Venezuela. Em vários deles, há uma catarse. A sociedade está se purificando ao expor a verdade do que aconteceu, então é isso que deve ser feito. Outras pessoas poderiam participar, mas tudo bem.
O sr. aprova que a comissão verifique apenas crimes perpetrados pelo Estado, como foi dito por alguns dos membros da comissão?
Isso eu acho errado. Sem punição, mas [é preciso] averiguar tudo, todos os nomes. O Pérsio Arida, que polemizou com Ustra [coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, 80,], foi um dos militantes que foi preso por Ustra no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) e torturado. E houve uma polêmica que saiu na Folha [em 2011] entre Ustra e Arida.
Eu acho que a averiguação e o esclarecimento desse tipo de coisa são o que importa. Para investigar os fatos, não deve haver limites, tudo deve ser aberto, exposto, lido e publicado, mas sem punições carcerária, judiciais etc.
Isso eu acho errado. Sem punição, mas [é preciso] averiguar tudo, todos os nomes. O Pérsio Arida, que polemizou com Ustra [coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, 80,], foi um dos militantes que foi preso por Ustra no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) e torturado. E houve uma polêmica que saiu na Folha [em 2011] entre Ustra e Arida.
Eu acho que a averiguação e o esclarecimento desse tipo de coisa são o que importa. Para investigar os fatos, não deve haver limites, tudo deve ser aberto, exposto, lido e publicado, mas sem punições carcerária, judiciais etc.
Como o senhor encara a demanda de diversos grupos, ONGs, familiares e entidades sociais para rever a Lei da Anistia?
Penso que o que importa agora, como historiador, é recuperar a verdade dos fatos. Mas sou contra qualquer punição para qualquer um dos lados.
Não deve haver mais punição, já passou, mesmo para os torturadores. Mas [é preciso] expor os fatos com os nomes. Quem foi torturador deve ter o nome exposto. O que ele fez deve ser apurado, o Ustra e outros que trabalharam nos Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e nos DOI-Codi e em todos os lugares que havia perseguição política e torturas etc. Mas não punição, acho que isso já não interessa mais. Não faz sentido prender um senhor de mais de 70 anos por um crime cometido há 30 anos.
Penso que o que importa agora, como historiador, é recuperar a verdade dos fatos. Mas sou contra qualquer punição para qualquer um dos lados.
Não deve haver mais punição, já passou, mesmo para os torturadores. Mas [é preciso] expor os fatos com os nomes. Quem foi torturador deve ter o nome exposto. O que ele fez deve ser apurado, o Ustra e outros que trabalharam nos Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e nos DOI-Codi e em todos os lugares que havia perseguição política e torturas etc. Mas não punição, acho que isso já não interessa mais. Não faz sentido prender um senhor de mais de 70 anos por um crime cometido há 30 anos.
Mesmo se forem apenas escrachos, como alguns grupos vêm fazendo?
Não interessa nada de punição, mas expor os fatos. O pior torturador não tem de ser punido agora, mas tem de dar o nome dele e mostrar o que ele fez. O Brasil passa por um período único na sua história política, de liberdade total. O Brasil sempre se caracterizou por possuir uma classe dominante extremamente antidemocrática, ditatorial e com pouquíssima liberdade política. Hoje, isso mudou e possuímos total liberdade, devemos aproveitar este momento e não se prender ao passado. Não faz sentido alterar a Lei da Anistia.
Não interessa nada de punição, mas expor os fatos. O pior torturador não tem de ser punido agora, mas tem de dar o nome dele e mostrar o que ele fez. O Brasil passa por um período único na sua história política, de liberdade total. O Brasil sempre se caracterizou por possuir uma classe dominante extremamente antidemocrática, ditatorial e com pouquíssima liberdade política. Hoje, isso mudou e possuímos total liberdade, devemos aproveitar este momento e não se prender ao passado. Não faz sentido alterar a Lei da Anistia.
Então o sr. não concorda com a posição de diversos grupos que defendem a revisão da Lei da Anistia?
O fim da Anistia não traria nenhum beneficio para o país e para a democracia brasileira. A anistia deve continuar ampla, geral e irrestrita, mas todos os fatos devem ser apurados e todos os torturadores, guerrilheiros e ações, identificados, arquivados e estudados.
O fim da Anistia não traria nenhum beneficio para o país e para a democracia brasileira. A anistia deve continuar ampla, geral e irrestrita, mas todos os fatos devem ser apurados e todos os torturadores, guerrilheiros e ações, identificados, arquivados e estudados.
A Argentina alterou sua Lei da Anistia. Como o sr. viu essa mudança?
Na Argentina, foi diferente. A ditadura matou 15 mil pessoas mais ou menos, tanto da resistência como também inocentes, pessoas que circunstancialmente estavam envolvidas nos fatos. Então, isso é crime.
Na Argentina, foi diferente. A ditadura matou 15 mil pessoas mais ou menos, tanto da resistência como também inocentes, pessoas que circunstancialmente estavam envolvidas nos fatos. Então, isso é crime.
Como o sr. vê as indenizações?
Sou contra as indenizações, ninguém deve ser indenizado. Se sofreu, sofreu, acabou, ninguém me propôs para eu ser indenizado. O Ziraldo obtém uma indenização de R$ 400 mil, outro, de R$ 1 milhão. Então sou contra indenizações, ninguém lutou por isso, eu sou contra. Sou a favor da exposição dos fatos.
Sou contra as indenizações, ninguém deve ser indenizado. Se sofreu, sofreu, acabou, ninguém me propôs para eu ser indenizado. O Ziraldo obtém uma indenização de R$ 400 mil, outro, de R$ 1 milhão. Então sou contra indenizações, ninguém lutou por isso, eu sou contra. Sou a favor da exposição dos fatos.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Subsídios e estratégias para professores de história 01
Se nada der errado, esta deve ser a primeira postagem de várias com o mesmo tipo de tema, que é compartilhar estratégias com colegas professores de história para promover estudos de caso e aprofundamento de conteúdos.
Recentemente estive lecionando diversos temas ligados a História dos Estados Unidos da América no século XIX, nos quais se destacavam aquilo que os manuais didáticos consagram como importante, a saber:
a) Colonização do Oeste
b) Guerra de Secessão
c) Segregação Racial
d) Imperialismo Estadunidense.
Neste post, especificamente, quero apresentar uma estratégia que elaborei para ensinar Guerra de Secessão e a Segregação Racial que, ao que tudo indica, deu ótimos resultados. Levo em consideração que não estou pensando na quantidade de informação que os alunos agregaram, por que isso é extremamente subjetivo. O resultado positivo que destaco foi a concentração deles na fala do professor em sala de aula e sobretudo, o volume de questões que os estudantes de segunda série do ensino médio formularam, bem como a forma com a qual se envolveram com o estudo realizado.
Resumidamente, a minha fala se focou em apresentar um panorama das diferenças econômicas existentes entre sul e norte e como as políticas pró abolição levaram ao conflito, tal como eu falei, temas consagrados dos manuais didáticos. Ressaltei a continuidade da segregação racial após a abolição e enfatizei que a questão racial ainda é presente dentro de alguns setores da sociedade americana.
A prática de sala de aula tem algo de fantástico. Em alguns casos a presença de novas questões propostas pelos alunos, que se pautam justamente no fato de que o conhecimento recém adquirido pelo estudante o faz pensar sobre fenômenos sociais contemporâneos, identificar símbolos, descrever contradições, servem muito mais ao professor como avaliação do que necessariamente uma prova sistemática e quantitativa. Um exercício aparentemente lúdico muitas vezes apresenta um resultado mais positivo que avaliações tradicionais. A atividade na sala de aula foi feita sem necessariamente atribuir nota ao aluno e de formas diferentes, envolveu a todos. Tal exercício consistia em assistir dois vídeos, analisar duas letras de músicas e identificar símbolos que pudessem estar, de alguma forma, relacionado com os conteúdos ministrados em sala de aula.
Exibi um vídeo contendo a música Sweet Home Alabama, da banda Lynyrd Skynyrd, no qual o nome da banda estava grafado tendo como pano de fundo a bandeira dos Estados Confederados do Sul. Tal vídeo apresentava uma tradução do inglês para o português, com diversas falhas na tradução e selecionei ele justamente para propor uma reflexão para algumas palavras, como por exemplo "kind", que no vídeo era traduzido por família. Propus que pensassem o uso daquela palavra como "aqueles que são do mesmo tipo que eu, mesma comunidade".
Após a condução da análise, apresentei outra canção, com a qual a música Sweet Home Alabama dialogava: Southern Man, do compositor Neil Young, na qual apresentei um pequeno trecho presente em um vídeo do youtube, com a letra traduzida em um site da WEB. Após a comparação entre as duas letras, os alunos puderam perceber que tratava-se de uma questão político-racial que estava como pano de fundo em ambas as canções. Mas o grande "barato" da atividade foi verificar que eles conseguiram compreender que aquilo que as canções apresentavam tinham uma origem lá no século XIX e que estes embates ainda eram presentes.
Enfim, como se trata basicamente de um post num blog, não vou me alongar muito no texto. Deixo aqui, o link para ambos os vídeos. Espero que, ao compartilhar esta estratégia, eu compartilhe também algo que possa render um aprendizado mais eficiente deste tema de história.
Abraços
André
http://www.youtube.com/watch?v=W69cX5iK3vE - Sweet Home Alabama
http://www.youtube.com/watch?v=p2jyzIrzs5Y - Southern Man
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Informações sobre ENEM
Daê garotada, tudo beleza?
Apesar de ser da Revista Veja (e eu tenho sérias objeções à ela), até que o material que eles disponibilizaram para se pensar algumas coisas ligadas ao ENEM é interessante.
http://veja.abril.com.br/tema/enem-e-vestibulares
Verifiquem.
Apesar de ser da Revista Veja (e eu tenho sérias objeções à ela), até que o material que eles disponibilizaram para se pensar algumas coisas ligadas ao ENEM é interessante.
http://veja.abril.com.br/tema/enem-e-vestibulares
Verifiquem.
Abraços
quarta-feira, 1 de maio de 2013
A criação de "dossiês" como estratégia para a compreensão de conteúdos e de metodologia de pesquisa.
Este é um relato curto e objetivo de algumas experiências profissionais que eu desenvolvi e desenvolvo anualmente com segundas séries do médio. Tem como principal objetivo, de início, o compartilhamento de estratégias para melhorar a compreensão dos alunos de temas ligados a Revolução Francesa e Período Napoleônico. Quem sabe, numa formatação diferente, transforme-se em uma artigo científico mais rico em dados.
Já faz alguns anos que estimulo meus alunos a produzirem dossiês sobre alguns personagens ativos dentro do processo revolucionário francês e a estruturação é relativamente simples. Entendendo que a história é um exercício constante de reinterpretação do passado, faço para eles a proposta de pesquisarem as ações destes personagens previamente selecionados e a partir de levantamentos biográficos e de informações históricas simples e básicas, solicito que eles criem um argumento que possa acusar ou defender o personagem de culpa ou inocência. Por exemplo: Acusar Maria Antonieta de gastos e uso dos recursos dos cofres públicos franceses.
O trabalho divide-se essencialmente nas seguintes partes:
1) Introdução: Apresentar o personagem (no caso, o objeto da pesquisa) e a acusação/defesa (no caso, a hipótese que está por trás da produção do aluno).
2) Desenvolvimento: A partir de levantamento de informações biográficas, fontes primárias ou secundárias disponíveis em bibliotecas e internet, os alunos necessariamente devem defender o argumento de acusação/defesa levantado na introdução, obrigatoriamente, devem apresentar as referências, se não no corpo da parte "Desenvolvimento", no final do trabalho.
3) Conclusão: De um a dois parágrafos conclusivos, enfatizando que a documentação disponível para realizar a pesquisa pode comprovar a hipótese apresentada na introdução.
4) Referências bibliográficas.
Em três anos fazendo tal atividade, venho notando maio empenho dos alunos que se empolgam com a ideia de que a "ideia" deles será mais valorizada que uma cópia. A incidência de plágios vindos da internet é bem pequena e alguns acabam se destacando com uma estrutura de construção de frases e parágrafos, como os que cito agora:
Acusação
"Segundo fontes históricas supõe-se que Maximilliam foram um sujeito frio e calculista, mas seu perfil psicológico veio a mudar depois que iniciou o Período de Terror, onde era comum a guilhotinagem de supostos inimigos da Revolução, que eram abominados por Robespierre"
Ainda sobre Robespierre, outro aluno escreveu:
Defesa
"Propagou ideias revolucionárias querendo sempre visar o melhor para seu povo, mesmo que fosse necessário a morte do próprio rei (Luiz XVI), acusado de traição contra o povo e morto na guilhotina, o que foi brevemente justificado "O terror nada mais é do que a justiça rápida, violenta e inexorável. É portanto, uma expressão da virtude" (Robespierre, 1791)"
É queixa comum entre os professores o fato de que alunos não manifestam interesse em produzir, preferindo repetir textos através de um exercício de cópia. É verídico que tal fato ocorre em todas as disciplinas da educação fundamental e do ensino médio. Porém, é verídico também que uma orientação mais adequada, uma estratégia bem fundamentada e clara podem tirar dos estudantes leituras de mundo, de passado, muito mais úteis ao seu processo de formação.
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