Se nada der errado, esta deve ser a primeira postagem de várias com o mesmo tipo de tema, que é compartilhar estratégias com colegas professores de história para promover estudos de caso e aprofundamento de conteúdos.
Recentemente estive lecionando diversos temas ligados a História dos Estados Unidos da América no século XIX, nos quais se destacavam aquilo que os manuais didáticos consagram como importante, a saber:
a) Colonização do Oeste
b) Guerra de Secessão
c) Segregação Racial
d) Imperialismo Estadunidense.
Neste post, especificamente, quero apresentar uma estratégia que elaborei para ensinar Guerra de Secessão e a Segregação Racial que, ao que tudo indica, deu ótimos resultados. Levo em consideração que não estou pensando na quantidade de informação que os alunos agregaram, por que isso é extremamente subjetivo. O resultado positivo que destaco foi a concentração deles na fala do professor em sala de aula e sobretudo, o volume de questões que os estudantes de segunda série do ensino médio formularam, bem como a forma com a qual se envolveram com o estudo realizado.
Resumidamente, a minha fala se focou em apresentar um panorama das diferenças econômicas existentes entre sul e norte e como as políticas pró abolição levaram ao conflito, tal como eu falei, temas consagrados dos manuais didáticos. Ressaltei a continuidade da segregação racial após a abolição e enfatizei que a questão racial ainda é presente dentro de alguns setores da sociedade americana.
A prática de sala de aula tem algo de fantástico. Em alguns casos a presença de novas questões propostas pelos alunos, que se pautam justamente no fato de que o conhecimento recém adquirido pelo estudante o faz pensar sobre fenômenos sociais contemporâneos, identificar símbolos, descrever contradições, servem muito mais ao professor como avaliação do que necessariamente uma prova sistemática e quantitativa. Um exercício aparentemente lúdico muitas vezes apresenta um resultado mais positivo que avaliações tradicionais. A atividade na sala de aula foi feita sem necessariamente atribuir nota ao aluno e de formas diferentes, envolveu a todos. Tal exercício consistia em assistir dois vídeos, analisar duas letras de músicas e identificar símbolos que pudessem estar, de alguma forma, relacionado com os conteúdos ministrados em sala de aula.
Exibi um vídeo contendo a música Sweet Home Alabama, da banda Lynyrd Skynyrd, no qual o nome da banda estava grafado tendo como pano de fundo a bandeira dos Estados Confederados do Sul. Tal vídeo apresentava uma tradução do inglês para o português, com diversas falhas na tradução e selecionei ele justamente para propor uma reflexão para algumas palavras, como por exemplo "kind", que no vídeo era traduzido por família. Propus que pensassem o uso daquela palavra como "aqueles que são do mesmo tipo que eu, mesma comunidade".
Após a condução da análise, apresentei outra canção, com a qual a música Sweet Home Alabama dialogava: Southern Man, do compositor Neil Young, na qual apresentei um pequeno trecho presente em um vídeo do youtube, com a letra traduzida em um site da WEB. Após a comparação entre as duas letras, os alunos puderam perceber que tratava-se de uma questão político-racial que estava como pano de fundo em ambas as canções. Mas o grande "barato" da atividade foi verificar que eles conseguiram compreender que aquilo que as canções apresentavam tinham uma origem lá no século XIX e que estes embates ainda eram presentes.
Enfim, como se trata basicamente de um post num blog, não vou me alongar muito no texto. Deixo aqui, o link para ambos os vídeos. Espero que, ao compartilhar esta estratégia, eu compartilhe também algo que possa render um aprendizado mais eficiente deste tema de história.
Abraços
André
http://www.youtube.com/watch?v=W69cX5iK3vE - Sweet Home Alabama
http://www.youtube.com/watch?v=p2jyzIrzs5Y - Southern Man
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