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domingo, 16 de junho de 2013

Sobre idiotices e idiotas

                Este texto é para você, que é idiota e acredita que não o é. Ao final dele, você pode descobrir se é um idiota ou não.
                Em meio a tantas manifestações que ocorrem neste país, sobre legalização ou não de entorpecentes, questões de gênero, questões agrárias, questões de sexualidade, religiosidade, enfim, há sempre aqueles que do alto de sua soberba e arrogância, arrotam frases como:
Aposto que é coisa do PT
É coisa de tucano
MST é ligado ao terrorismo comunista
Médico cubano quer vir fazer revolução socialista
Estes falcatruas do DEM
                Talvez, você que domina os conhecimentos do mundo da política ainda não percebeu que pessoas simples se expressam a partir de experiências em comum. Elas não precisam de intelectuais políticos de vanguarda para sentirem a inflação, para sentirem o descaso do serviço público, para sentirem o quanto o Poder Público advoga a favor do poder econômico que banca as campanhas políticas.
                No topo de sua arrogância intelectual, você esquece que também é humano. Você se esquece de se colocar no lugar do outro. Você paga sua UNIMED, sua AMIL para não ter que conviver com o pobre que você considera menor, pior que você. Você, classe média, paga escola para seu filho para acreditar que ele está longe do favelado que vende droga na porta da escola pública e acredita que todos seus problemas estarão resolvidos assim. Perceba uma coisa: sua intranquilidade momentânea advém do fato de que percebeu que sua segurança é fictícia e estás também ameaçado, tanto quanto aquele menos favorecido que você, seus pais, seus avós, já foram um dia.
                Perceba o quão ridículo é você afirmando que tais movimentos sociais perdem a legitimidade quando surgem em meio a eles pessoas ligadas a agremiações sindicais e partidos políticos. Por acaso, associar-se tira a legitimidade da dor que uma pessoa simples sente quando não vê o poder público agindo para garantir um mínimo de qualidade de vida para ela? Por acaso, apenas a elite dirigente pode formar associações, federações de comércio e indústria? Por acaso, a cidadania é restrita apenas a estes indivíduos?

                Ainda que eu parta do princípio que você, inimigo das manifestações sindicais, ideológicas, partidárias e afins, esteja correto – e não, VOCÊ NÃO ESTÁ, há em meio ao que ocorre hoje nas cidades brasileiras uma vontade do povo de sentir-se ativo na história. Fala-se de que a copa, o progresso econômico é para todos, mas nós, que somos a maior parte deste todo chamado povo brasileiro, não estamos vendo isso nitidamente na nossa qualidade de vida. E eu não preciso estar pintado de vermelho ou azul com amarelo, não preciso ser tucano, democrata, petista, verde ou socialista, para perceber que cada reivindicação social vem de uma dor que clama por cura. E se você leu o texto até aqui e acha que seu autor tem posição político partidária, sim, você está correto. Eu tenho. Se você acha que é neutro é por isso é melhor, você acabou de descobrir se é ou não aquilo que eu coloquei como questão no início do texto. Passar bem.

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