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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Relembrar 2012, para entender 2014 e perceber o que se desenha para 2016/2018

               Voltemos para 2012. Lembram o que Ducci, Fruet e Ratinho Jr. disputaram? Engano seu acreditar que era a prefeitura. Eles disputavam quem é que iria receber anos depois mais doação aos seus partidos por parte da máfia que controla o transporte coletivo em Curitiba. A Gazeta do povo mostra bem como atua a máfia numa matéria que circulou esta semana.

               Mas há uma outra questão relevante. A prática típica de muitos partidos políticos ao obter o poder é encher a máquina pública de funcionários com comissão que são da base do partido. Alguns percentuais do salário do comissionado é inclusive direcionado para o caixa do partido, a partir de doações "espontâneas" de parte do seu salário. Não me parece legalmente errado, mas para mim é bem antiético. Enfim, a título de exemplo, o secretário de um partido continua secretário lá, mas o seu filho mais velho consegue eventualmente assumir uma gerência de qualquer coisa numa secretária municipal ou estadual quando o candidato do partido vence uma eleição majoritária.

              Quando Ducci foi humilhantemente derrotado ainda no primeiro turno, todos os funcionários comissionados das secretarias municipais sabiam o que aquilo representava: demissão. O tucanato temia perder sua base de apoio e se jogou de cabeça para eleger Ratinho, que obviamente garantiria, se não todos, pelo menos uma parcela dos comissionados da dupla Ducci/Richa. Mas o plano deu errado. Quando a limpeza (na realidade, troca) dos comissionados começou a acontecer na prefeitura, Richa e o tucanato perceberam que a vitória de Fruet poderia representar um enfraquecimento de sua base eleitoral para tentar a reeleição para governador. Imediatamente estes comissionados foram entrando em secretárias do Estado e ganhando bônus salariais altíssimos, um por um. Ratinho Junior, sem competência nenhuma para administrar absolutamente nada, ganhou do Beto a secretária de desenvolvimento urbano, por extensão, a direção da COMEC. Entendem o que se passa agora no transporte coletivo? 

               A prefeitura de Fruet controla a URBS, Ratinho Jr, via SEDU, a COMEC e travam desde 2013 um terceiro turno. Não se sabe se essa briga resultará no fim da RIT (rede integrada de transporte), Fruet é rival direto de qualquer candidato tucano que queira o Estado em 2018. Já é pré candidato ao cargo de prefeito via reeleição para 2016 e tem a frente como maior rival o Ratinho, que com apoio de Richa vai desmantelar ainda mais o combalido transporte público de Curitiba e região metropolitana para enfraquecer o rival. Quem sabe se eleger para depois restaurar o que destruir e se mostrar como salvador da cidade. Tudo isso pensando numa cadeira no Palácio ou Senado. E tudo isso sem alterar os lucros dos oligarcas dos transportes. Mas eu confesso que não vou entrar nessa questão por que me falta mais conhecimento, que estou correndo atrás, por sinal. Mas uma coisa é certa, não é uma questão administrativa, de falta de recursos. O lucro da máfia dos transportes é um negócio espetacular.

               Voltando a questão dos cargos comissionados, a derrota de Ducci e o receio do fraco governador Beto Richa promoveram uma contratação em massa de gente para garantir apoio político. Sabe aquele sujeito que você viu balançando bandeira do Richa numa esquina durante a campanha, num final de semana ou outro? Muitos daqueles “bandeirinhas” ganharam nos últimos quatro anos cifras acima de quatro mil reais por mês para na hora da campanha pedir voto para Richa. Dois anos antes estes mesmos caras já tinham saído para fazer campanha para Ducci e no segundo turno para o Ratinho. Alguém ai gostaria de ganhar  quatro mil por mês para de dois em dois anos ficar abanando bandeira? Essa prática onerou de tal forma o Estado, que fez com que professores PSS ficaram sem receber sua rescisão contratual e todo o funcionalismo está sem seu 1/3 de férias. Quero ver com que cara está agora aquele professor que é cargo comissionado nos núcleos de educação e na SEED, tendo trocado seu apoio por um cargo que o governador tirou esta semana. Vai ter coragem de assumir o erro publicamente?


               E agora mais essa de, um elemento que é cargo comissionado de Richa ser acusado de pedofilia e tatuar o nome do governador no braço. Nosso sistema político é chamado democracia, mas estruturalmente vivemos uma oligarquia de cargos comissionados, protetores de coronéis. E o Estado do Brasil onde isso é mais nítido se chama Paraná, onde até quem transa com crianças é próximo do governador e seus amigos. Isso me faz lembrar um ditado popular que minha mãe sempre falava: Diga-me com quem andas que te direi quem és. Pois bem minha mãe, eu não tenho amizade com pedófilos e só ando com gente que quer educar para transformar este país num lugar mais justo.

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