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sábado, 31 de janeiro de 2015

A revolta dos diretores


               O amigo leitor conhece este título? Seria um filme que não entrou para a história do cinema? Seria um movimento social violentamente reprimido? Vamos aos esclarecimentos. Em 2014, numa onda de sucateamento da educação, houve a redução do porte das escolas. Quem é professor sabe o que é o porte, para quem não sabe, resumidamente, é uma espécie de ranking, determinado pela quantia de alunos matriculados. Quando uma escola atinge um determinado patamar, a SEED aumenta seu porte e isso implica em mais verbas, mais funcionários, mais equipe pedagógica, mais suporte técnico. E obviamente, para quem dirige uma escola de porte alto, há uma enorme visibilidade política.
               Ano passado chegou até este blogueiro um texto, uma folha de papel impressa de um e-mail enorme que informava o posicionamento de uma maioria de diretores sobre a redução abrupta e inesperada do porte das escolas. Neste e-mail, os diretores se articularam e exigiram uma reunião com chefias regionais para rever a situação. Eu chamei este documento de “revolta dos diretores”. Achei poético. Mas, qual a razão por trás desta revolta? Lógico, nenhum diretor quer perder seu status na comunidade, sua influência, ou até mesmo a poder de indicar alguém para assumir uma posição de cargo comissionado. No texto se exigia a revisão da mudança dos portes, o que não aconteceu. Meses depois, bingo: A ALEP, a pedido do governador Beto Richa revogou a lei que limitava a elegibilidade dos diretores. O porte caiu, as verbas se reduziram, o número de funcionários caiu também, mas os diretores, estes poderão ser reeleitos.
               Uma escola de porte elevado da região metropolitana recebeu uma ligação de um diretor do interior, pedindo que ele solicitasse à equipe docente o apoio ao Beto Richa. O diretor recomendou que o sujeito que fez a ligação não repetisse o ato e afirmou que jamais faria tal pedido, pois achava antiético e temia que tal atitude pudesse prejudicar seu mandato, que naquela ocasião, com aquela lei vigente, estava impedido de reeleger-se. Irônico não?

               Ademais, deve ter sido apenas mais um período normal nos bastidores do que acontece a portas fechadas.
OBS: tem gente comentando os meus textos em grupos de whatsapp só para diretores :)

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